Marcelo Fagerlande, natural do Rio de Janeiro, é graduado em cravo com grau máximo pela Escola Superior de Música de Stuttgart (em 1986, na classe de Kenneth Gilbert) e Doutor em Musicologia pela Uni-Rio (2002). Realizou em 2004/2005 um estágio pós-doutoral no Institut de recherche sur le patrimoine musical en France (IRPMF/CNRS), Paris, e em 2017 um novo estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É professor titular da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde ingressou em 1995.
Realizou concertos por todo o Brasil e nos Estados Unidos, México, Alemanha, França, Portugal, Hungria, Noruega, Eslováquia, Peru e Uruguai. Dirigiu óperas de Monteverdi, Telemann, Boismortier, Purcell, Rameau e espetáculos musicais de sua criação no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na Sala Cecilia Meireles, no Teatro Amazonas, no Teatro de Santa Isabel (Recife) e nos Centros Culturais Banco do Brasil no Rio, São Paulo e Brasília. Apresentou-se como regente à frente da OSESP de Câmara, na Sala São Paulo.
Gravou diversos CDs no Brasil e na Alemanha – com destaque para Marcelo Fagerlande no Museu Imperial, Bach e Pixinguinha (Núcleo Contemporâneo) Modinhas Cariocas (Biscoito Fino), A Arte da Fuga (Clássicos) e Originais e Transcrições (Tratore). Publicou O Método de Pianoforte de José Maurício (Relume-Dumará), O Baixo contínuo no Brasil (7Letras), O Cravo no Rio de Janeiro do século XX (Rio Books), Muito além dos salões: Bebê Lima e Castro, musa do Rio em 1900 (7Letras) e as seguintes traduções: O Discurso dos Sons (Zahar), Tratados e Métodos de Teclado (PPGM-UFRJ) e Método de Baixo Contínuo ao Cravo (PPGM-UFRJ e PROMUS-UFRJ).
É o autor do verbete sobre o compositor Joaquim Manoel Gago da Camera no dicionário Grove Music Online.
Marcelo Fagerlande, “...um dos maiores cravistas do Brasil”, segundo a revista Early Music America, é um músico que reúne sólida formação acadêmica, além de criatividade e diversidade na atuação profissional, seja como cravista, diretor musical e regente ao cravo, criador de espetáculos, professor ou autor de trabalhos musicológicos.
Nascido no Rio de Janeiro em 1961, Marcelo Fagerlande iniciou seus estudos de piano aos nove anos de idade com Rosina Paula Barros, e freqüentou cursos de interpretação pianística dos dez aos 16 anos com Magdalena Tagliaferro. Aos 14 anos, começou a tocar cravo, tendo estudado com Roberto de Regina, e posteriormente com Regina Schlochauer e Gertrud Mersiovsky. Com vinte anos ganhou uma bolsa de estudos da Fundação Adenauer para a Alemanha, tendo sido o primeiro bolsista de música desta organização.
Em 1986, graduou-se em cravo com grau máximo pela Escola Superior de Música de Stuttgart, na classe de Kenneth Gilbert. Retornou ao Brasil em 1986, e em 1993 tornou-se Mestre em Musicologia, pelo Conservatório Brasileiro de Música, sob a orientação de José Maria Neves, apresentando uma dissertação sobre José Maurício Nunes Garcia, mais tarde publicada como livro pela editora Relume-Dumará. Em 2002, obteve o título de Doutor em Musicologia pela Uni-Rio, tendo defendido uma tese sobre o baixo contínuo no Brasil, novamente sob a orientação de José Maria Neves. Ganhou ainda bolsas de estudo do CNPq, no Brasil, e da Fundação Vitae e do Conselho Britânico, para programas de formação e de intercâmbio cultural, no Chile e na Inglaterra, respectivamente.
Em 2004/2005 realizou um estágio pós-doutoral no Institut de recherche sur le patrimoine musical en France (IRPMF/CNRS), Paris, com bolsa de estudos da CAPES. Durante o período pesquisou as modinhas de Joaquim Manoel na Biblioteca Nacional da França. Em 2017 realiza um novo estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, para a realização da pesquisa “Cravistas estrangeiros no Rio de Janeiro do século XX”.
Marcelo Fagerlande é professor titular da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde ingressou em 1995, sendo responsável pelas classes de cravo (graduação e pós-graduação) e baixo contínuo. Em 1996, criou nesta instituição o Projeto Ópera Barroca, que levou às montagens de Dido e Enéas, de Purcell, Orfeu, de Monteverdi, e de La Purpura de La Rosa, de Torrejón y Velasco, no Salão Leopoldo Miguez. Coordenando o projeto, foi o diretor musical dos espetáculos, dos quais participaram cerca de 100 alunos de diferentes unidades da Universidade. Em 2011, dentro do projeto Ópera na UFRJ, dirigiu a montagem de Dom Quixote nas Bodas de Comacho, de Telemann, no Salão Leopoldo Miguez.
Em 2004 criou a Semana do Cravo da UFRJ, evento anual que reúne tanto jovens quanto experientes cravistas de todo o Brasil: alunos e professores das instituições oficiais que oferecem cursos do instrumento. São realizados recitais, palestras e mesas-redondas (www.musica.ufrj.br)
Atua como cravista (solista de orquestra, recitalista e camerista) em concertos por todo o Brasil e nos Estados Unidos, México, Alemanha, França, Portugal, Hungria, Noruega, Eslováquia, Peru e Uruguai. Citado na lista dos melhores do ano em 1993, em 1994 - por sua interpretação do Concerto de Cravo, de Manuel de Falla (Jornal do Brasil) – e em 2016 (O Globo). Gravou os CDs: Marcelo Fagerlande no Museu Imperial, considerado “um dos melhores - se não o melhor - discos de música antiga já produzidos no Brasil” (Folha de São Paulo, 1995); Laura Rónai & Marcelo Fagerlande (1995); Telemann Kammermusik (1999, Alemanha) e Bach e Pixinguinha (selo Núcleo Contemporâneo), lançado em 2001 e que já ultrapassou 15 mil cópias vendidas. Em 2008 lançou Modinhas Cariocas (Biscoito Fino), com modinhas e lundus de Cândido Ignácio da Silva, Gabriel Fernandes da Trindade e Joaquim Manoel Gago da Câmera. O Cd foi lançado na série “A Música na corte de D. João VI”, realizada pela Prefeitura do Rio de Janeiro em comemoração aos 200 anos da vinda da corte portuguesa para o Brasil. Em 2010 lançou A Arte da Fuga (Clássicos), integral da obra de J. S. Bach, em versão a dois cravos, com Ana Cecilia Tavares. Em 2017, lançou um novo Cd de dois cravos, Originais e Transcrições (Tratore), com obras de J. S. Bach, F. Couperin e J. B. de Boismortier.
Além de suas atividades como intérprete, foi o responsável pela tradução de O Discurso dos Sons, de Nikolaus Harnoncourt, e tem publicado artigos em revistas especializadas. Lançou em abril de 1996 o livro O Método de Pianoforte de José Maurício Nunes Garcia, considerado um trabalho de pesquisa “de importância capital” (Jornal do Brasil, 1996). Em 2011 publicou o livro O Baixo contínuo no Brasil – os tratados em português (1751-1851) pela editora 7 Letras, com o apoio da FAPERJ. Em 2013 publicou Tratados e Métodos de Teclado (PPGM-UFRJ), coordenando a equipe que traduziu obras de referência de Sancta Maria, Frescobaldi, F. Couperin e J. Ph. Rameau.
Em 2020, após seis anos de pesquisas, publicou o livro O Cravo no Rio de Janeiro do século XX, em co-autoria com Mayra Pereira e Maria Aida Barroso e com prefácio de Arthur Dapieve (Rio Books). Em 2023 lançou Muito além dos salões: Bebê Lima e Castro, musa do Rio em 1900, com apresentação de Ruy Castro (7Letras). Em 2024, em comemoração aos 20 anos da Semana do Cravo, lançou, juntamente com uma equipe de professores da UFPE e UFJF, a tradução do Método de Baixo contínuo ao cravo, de Frisch e Bourmayan (PPGM-UFRJ e PROMUS-UFRJ).
É o autor do verbete sobre o compositor Joaquim Manoel no Grove Music Online, 2023.
Desde 1998 tem atuado como diretor musical, criador e regente ao cravo de óperas e de espetáculos musicais, como: Orfeu, de Monteverdi (Sala Cecilia Meireles, Rio) - montagem incluída na lista dos 10 melhores eventos musicais do ano (O Globo); Pimpinone, de Telemann (Centro Cultural Banco do Brasil, III Festival de Ópera de Manaus, Palácio da Cidade); Barroco!, sucesso de público e crítica no CCBB Rio de Janeiro (2001), São Paulo (2002) e Brasília (2003), totalizando mais de 50 apresentações; O Último Dia, um musical sobre José Maurício Nunes Garcia, apresentado em 2003 no CCBB Rio; e ainda O Caso da Rua ao Lado, de Eugène Labiche, peça para a qual realizou a direção musical, em 2003.
Foi o diretor musical e regente ao cravo da ópera Dom Quixote e a Duquesa, de J. B. de Boismortier. A montagem cumpriu uma temporada de 35 récitas em julho e agosto de 2005 no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil/Rio, com grande sucesso de público.
Em 2007, comemorando os 400 anos da obra, foi o diretor musical e regente ao cravo de L’Orfeo de Monteverdi no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que nesta ocasião apresentou a ópera pela primeira vez em toda a sua história. Em 2009 foi o diretor musical e regente ao cravo da ópera Dido e Enéas, de Purcell, em produção da Universidade Federal de Pernambuco, levada à cena no Teatro de Santa Isabel, Recife.
Em 2012 dirigiu o acte de ballet Pigmalião, de J. Ph. Rameau, em primeira encenação no Brasil. A temporada de 20 récitas aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil, Teatro II.
Em 2013 regeu a Orquestra de Câmara da OSESP, na Sala São Paulo.
Em 2015 dirigiu As Quatro Estações de Boismortier, na Sala Cecilia Meireles, com ambientação em vídeo, em primeira audição contemporânea no Brasil. A obra foi reapresentada em 2016, no Cine-Theatro Central, em Juiz de Fora, por ocasião do XXVII Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga.
Para curriculum acadêmico, consulte ainda o Curriculum Lattes, no site do CNPq:
http://lattes.cnpq.br/9753591019922325